Minha trajetória na capoeira não começou com a paixão que caracteriza os grandes mestres, mas sim com um empurrão inicial vindo da minha mãe.
Fui formado mestre em 1996 por ninguém menos que o respeitado Mestre Jose Alfredo, na cidade de Itabuna - BA, com o apoio do renomado mestre Antonio Rodrigues(mestre do meu mestre), que tempos depois demostrou o reconhecimento ao querer consender-me o ultimo grau de mestre.
Aos 14 anos de idade, minha jornada na capoeira começou a se desenhar de maneira extraordinária. Assumi a responsabilidade de conduzir o trabalho do meu mestre, na epoca como aluno formado ficando a frente dos trabalhos do grupo que abraçava capoeiristas de todas as idades.
Com apenas 18 a 19 anos, já havia fundado minha propria associação que foi a primeira associação oficialmente registrada na cidade de Itabuna, expandido nossa presença para 13 cidades da Bahia, 7 estados e até mesmo 2 países. Essa expansão não se resumiu apenas à geografia, mas transcendia fronteiras sociais, resgatando jovens e adultos por meio da prática da capoeira.
O compromisso social sempre foi uma parte intrínseca do meu envolvimento na capoeira. Mantendo um trabalho social com minha própria renda, contribuí para transformar vidas e recebi o reconhecimento tantos dos varios alunos e mestres, como da sociedade por onde tive o prazer de atuar, até o prefeito da cidade de Arinos - MG, concendeu-me uma medalha de honra ao mérito por trabalhos prestados.
Além disso, atuei como oficineiro e palestrante em diversas faculdades e universidades, compartilhando não apenas os movimentos da capoeira, mas também os valores e a cultura que a envolvem. Viajei por diversas cidades, estados e países, disseminando a riqueza dessa arte ancestral.
Apesar de minha atual ausência na prática da capoeira, optando por perseguir novos objetivos e metas, deixei um legado valioso. com vários alunos e discípulos espalhados ao redor do mundo, alguns continuando a obra por mim iniciada, levando adiante o nome da nossa Associação, enquanto outros trilham caminhos próprios ou integram novos grupos, contribuindo para a expansão e diversificação dessa arte singular.
Outro ponto de destaque em minha trajetória foi minha atuação como campeão brasileiro de capoeira, um título que muitos reconhecem como prova de minha dedicação e habilidade excepcionais na arte da capoeira. Ao longo dos anos, fui considerado por muitos como um dos melhores capoeiristas do mundo, um reconhecimento que só aumentou minha responsabilidade e compromisso com essa arte que tanto amo.
Minha jornada na capoeira foi uma aventura repleta de desafios, conquistas e, acima de tudo, de contribuições significativas para a sociedade e para o mundo da capoeira. Hoje, afastado da prática diária, observo com orgulho a continuidade do meu legado através dos alunos e discípulos que agora compartilham a beleza e a riqueza da capoeira com o mundo. A capoeira é mais do que uma simples prática física; é uma manifestação cultural que transcende fronteiras e deixa um impacto duradouro nas vidas daqueles que têm a sorte de vivenciá-la.
Sempre gostei de colocar a mão na massa em tudo, isso faz com que eu sempre consiga desenvolver algum tipo de habilidade, mas com a correria e a falta de tempo,muitas vezes é necessario tercerizar o serviço. Minha incursão na mecânica de moto teve inicio após uma experiência desapontadora com uma oficina mecânica em 2020, que me fez pagar caro e no final não tive o resultado esperado, mesmo retornando na garantia por 4x, decidi que era hora de assumir o controle e aprender a cuidar da minha CB 300. Assim, iniciei um curso de mecânica,eletrica e injeção. Embora não tenha concluído o curso formalmente, minha experiência prática compensou essa lacuna. Aprendi muito desmontando e montando o motor da minha CB 300 por completo. Todas as manutenções da minha moto são feitas por mim, o que me deu uma compreensão profunda e prática da mecânica de motos.
Acredito que a melhor maneira de aprender é fazendo, e é assim que continuo a expandir minhas habilidades e conhecimentos.
Iniciei meus estudos em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, onde completei três semestres. No entanto, a maior parte das habilidades que adquiri foram autodidatas. Quando comecei a frequentar a faculdade, já possuía um conhecimento sólido que havia adquirido por conta própria.
Decidi trancar minha matrícula tanto por motivos pessoais, como para focar em meus projetos. Na faculdade, eu tinha que dividir meu tempo entre apresentar trabalhos, realizar atividades, provas, trabalhar na empresa e focar no meu projeto. Percebi que não estava tendo tempo suficiente para me dedicar ao que realmente no momento era importante para mim.
Portanto, tomei a decisão de focar no meu projeto. Essa decisão me permitiu dedicar meu tempo e energia ao trabalho do dia-a-dia e ao desenvolvimento de habilidades práticas para realização dos meus projetos.
No meu trabalho atual, desenvovir várias planilhas em VBA, otimizando, automatizando processos, e aumentando a eficiência. Além disso, criei uma aplicação em BAT para facilitar a execução de programas e aplicativos no sistema, servindo como um atalho aprimorado. Este projeto demonstrou minha capacidade de identificar problemas e implementar soluções eficazes.
Atualmente, estou trabalhando em três projetos híbridos que serão executados em Android e na web. Esses projetos estão me permitindo aprimorar minhas habilidades em desenvolvimento multiplataforma.
Como Web Desing, desenvolvi meu próprio portfólio digital, criando minha própria página web. Este projeto não só me permitiu demonstrar minhas habilidades de programação, mas também me deu a oportunidade de explorar o design e a estética do site.
Em um exemplo de minha iniciativa e habilidade para resolver problemas, desenvolvi um aplicativo em BAT para evitar que as telas do meu setor fossem fechadas, um problema que a própria equipe de TI da empresa não estavam conseguindo resolver e essa aplicação esta sendo usada ate hoje.
Tenho me dedicado à área de programação e estou constantemente buscando me aprimorar. Inclusive, passei a analisar os jogos da Lotofácil e criei códigos em VBA para executar algumas análises. Embora este tenha sido um projeto de curiosidade, foi uma excelente oportunidade para ganhar experiência e aprofundar minhas habilidades de programação.
Sempre fui fascinado pelo universo dos jogos e essa paixão me levou a dar os primeiros passos no aprendizado da animação 3D. Embora eu seja um completo iniciante nesta área, consegui adquirir habilidades básicas que me permitem criar animações simples. Um exemplo disso é um projeto recente em que criei um personagem baseado em minha própria imagem e apliquei uma animação de dança a ele. Este projeto, embora simples, foi uma prova do meu potencial na animação 3D e da minha capacidade de aprender e aplicar novas habilidades. No entanto, devido a outras prioridades, não tenho sido capaz de dedicar tanto tempo quanto gostaria à prática da animação 3D. Apesar disso, estou ansioso para explorar mais esta área quando as circunstâncias permitirem. Acredito firmemente que a aprendizagem é um processo contínuo e que cada habilidade adquirida, por menor que seja, acrescenta valor ao meu perfil profissional. Estou ansioso para a oportunidade de aprofundar minhas habilidades em animação 3D no futuro, com o objetivo final de criar meus próprios jogos.
Motivação
Minha vida é guiada por valores, convicções, ideais, filosofias e disciplina. Uma frase que li na Bahia, “Se você continuar fazendo sempre as mesmas coisas, irá obter sempre os mesmos resultados”, essa foi uma das motivações que motivou-me iniciar minha jornada em São Paulo. Cheguei sozinho numa segunda-feira, passei a primeira semana conhecendo a região e me atualizando sobre o estado de SP. Na semana seguinte, ingressei na Gocil, uma empresa de segurança, como parte da minha estratégia inicial de trabalhar 12x36 para dedicar mais tempo aos meus objetivos iniciais. Embora a intenção inicial fosse passar apenas um período em São Paulo antes de me mudar para o exterior, o amor pela minha filha me fez permanecer em São Paulo e progredir na minha carreira até chegar ao monitoramento.
Experiência Profissional
Antes de assumir o monitoramento, fui líder na Gocil e depois na Esquadra. Inicialmente, eu não tinha intenção de me tornar líder, pois tinha outros planos em mente. No entanto, a pessoa que estava no cargo na época não estava preparada e suas ações estavam prejudicando a todos os demais. Por isso, decidi abraçar a responsabilidade e tomei a iniciativa de conversar com o coordenador, como eu estava em um setor que era apenas eu e ninguem inteferia em meu trabalho, eu estava tranquilo, porém todos traziam suas reclamações ate mim. E é como diz o ditado, um ótimo funcionário não necessariamente se tornará um bom líder. Por isso, naquele momento, senti que era necessário intervir para o bem da equipe. Durante meu tempo como líder, consegui reduzir os furtos com ações simples e objetivas, além de resolver divergências entre colaboradores, criando um ambiente de trabalho satisfatório e harmonioso.
Após quase 2 anos de serviços prestados, solicitei minha dispensa da Gocil para ser contratado pela Solistica. A empresa relutou em me dispensar e até me ofereceu um novo cargo direto pela matriz.
Como Operador de Monitoramento, sou responsável pela segurança eletrônica de várias filiais espalhadas pelo Brasil. Minhas habilidades em elaborar planilhas no Excel usando VBA facilitaram o acesso e a interatividade das informações, contatos e controles.
Além disso, aproveitando minhas habilidades como programador, resolvi um problema que o próprio TI não conseguiu resolver para o nosso setor. Inclusive, esse sistema ainda está sendo usado hoje."
Desde os 14 anos de idade, tenho me dedicado à arte de ensina e aprender capoeira e desde então, sempre trabalhei por conta própria, no ano 2000 graduei mais um grupo de alunos. Nesta época,só na cidade de Itabuna/BA eu tinha cerca de 380 alunos, senti que era importante para os novos graduados ganharem experiência e ver como o grupo funcionaria sem a minha presença constante, já que tinha em mente forma todos em um futuro proximo, eles nunca suberam disso, mas sempre tive minha maneira de avaliar e direcionar meus alunos. Com isso em mente, decidi buscar uma nova experiência fora do meu campo habitual. Neste mesmo ano, entrei em uma empresa têxtil como auxiliar de almoxarifado, sendo esse meu primeiro emprego formal. Como eu queria apenas uma experiência, após três meses, decidi pedir demissão, mas a empresa valorizava o meu trabalho e pediu que eu ficasse mais 15 dias para treinar um substituto. Fui bem tratado e respeitado por todos na empresa, então concordei em treinar o novo funcionário. Mesmo sendo apenas um auxiliar, eu era responsável por todo o almoxarifado da empresa. Quando concluí o treinamento do meu substituto e anunciei novamente a minha saída, a empresa me chamou para uma conversa. Eles me ofereceram outro cargo e me deram a liberdade de escolher. Decidi ficar um pouco mais e passei a ser auxiliar de mecânico de máquina de malharia. Permaneci na empresa por cerca de 1 ano e 2 meses consiliando com os meus trabalhos de capoeira, enquanto dava maior responsabilidade para o graduados, uma experiência que valorizo e que me permitiu crescer de maneiras que eu não esperava.
Minha jornada é marcada por uma busca constante pelo conhecimento e pelo aprimoramento de habilidades formais e não formais. Sempre tive uma inclinação para aprender e, se possível, gostaria de aprender tudo para poder fazer tudo. Essa paixão pelo aprendizado permeou minha vida.
Praticava capoeira constantemente e, para evoluir na prática, buscava treinamento através de outras habilidades. Nos raros dias de folga quando trabalhava com a capoeira, atuei como ajudante de pedreiro e em diversos serviços que exploravam minha força física. Mas também busquei desenvolver minhas habilidades mentais, aprofundando-me um pouco em filosofia e história. Quando estive na Argentina para passar 3 dias, acabei ficando quase 4 meses e aprendi um pouco do espanhol argentino. Lá também fiz um tratamento no joelho que me ajudou muito.
O que eu podeia exprementar, exprementei. Fui radialista por um breve periodo em uma radio FM, segurança de boate, comecei aprender cerigrafia, aprendir um pouco sobre edição de video, edição e vetorização de imagens usando Photoshop e CorelDraw, aprendir a jogar um pouco de xadrez e ensinei o que aprendir, apredir o basico do violão, um pouco de eletrônica, um pouco de eletrica(mas esse prefiro deixar em off, rsrsrs), apredir a tocar todos os instrumentos que tem na capoeira, compus varias musicas para capoeira falando sobre os mais diversos assuntos.
Sempre que via alguém querendo explorar algum domínio por possuir um certo tipo de habilidade, busquei aprender. Por exemplo, quando minha máquina de lavar apresentou defeito, busquei um técnico. Mas percebi que ele apenas queria explorar suas habilidades para ganhar muito mais do que era justo. Então, busquei aprender e, no final, consertei minha máquina de lavar, que funciona há quase 4 anos sem apresentar defeitos.
Sempre busquei ser justo e honesto e assim sigo a vida até hoje. Na capoeira, sempre busquei preservar a integridade física de todos, inclusive a minha, e apenas tomei atitudes drásticas quando não havia outra opção.
Ainda quando criança, entre meus 10 a 12 anos, ia com meu primo, que é músico, cantar em bares. Meus pais não queriam que eu trabalhasse, apenas estudasse. Eu não mentia para eles, mas sempre que havia trabalho ou atividade da escola, eu dizia que iria para a casa do meu amigo Marcos. Isso era verdade, mas também, quando terminávamos todos os trabalhos e atividades, aproveitávamos para ir à pedreira próxima de onde ele morava para catar pedras. Voltávamos para o quintal dele e quebrávamos as pedras a marretadas para fazer britas, e assim vendíamos duas ou três latas de britas e fazíamos nosso dinheirinho.
Tive e tenho uma vida boa, viajei o mundo, conheci muitas pessoas e experimentei muitas coisas. Em Brasília, trabalhei em uma oficina de funilaria e pintura, quando o então amigo, Mario ou Maurão(infelizmente não me recordo do nome do meu amigo, que foi ou é uma das melhores pessoas que tive a honra de conhecer, mas ja faz tanto tempo. 1996 ou 1997), me viu jogar capoeira e me convidou para integrar as apresentações do seu trio elétrico.
Quando estive em Minas Gerais pela primeira vez, para passar um final de semana jogando capoeira, o Mestre Pombo quis me nomear presidente da sua associação e me fez ficar em Minas por um ano. Quando estive no evento do grupo Malungos, na fronteira da BA com ES, fui convidado para o evento oficial do grupo na cidade de Colatina/ES e, em seguida, fui convidado para integrar o quadro de educadores da prefeitura. Quando voltei de MG e estive nos 24 de capoeira, o mestre Gilvan me convidou para fazer parte da fundação ladainha. Acredito que fiquei na instituição por meio ano, onde ensinei e aprendir. Tambem faziamos Shows e oficinas pelas escolas do DF.
Nas artes marciais, aprendi um pouco de tudo: boxe, karatê, judô, muay thai, jiu-jitsu, kung fu. Mas por me dedicar e viver desde muito cedo na capoeira, não me especializei em nenhuma dessas habilidades, mas adquiri bons conhecimentos dos alunos e amigos. Eu ensinava capoeira e eles me ensinavam outras modalidades.
Eu não pretendia falar sobre isso, mas decidi incluir ao final como um testemunho de uma pessoa que ao longo dos anos perdeu muito da fé que tinha, mas que nunca deixou de acreditar que existe o PAI, o mestre de tudo e todos. Tive várias dificuldades na vida, mas uma das que mais me marcou ocorreu em 1998, em um dos meus eventos. Estava saltando com um amigo em cerâmica molhada e, devido à correria da organização do evento, não tive tempo de fazer a bainha da minha calça. Em todos os eventos que eu realizava, eu sempre comprava abadás (uniformes) novos. Eu tinha um abadá para cada dia da semana, mas em todos os eventos que eu realizava, eu comprava novos e doava os usados para os alunos com menos condições. Em um desses saltos, meu pé escorregou, fazendo com que meu dedão enganchasse na boca da calça e caí com a lateral da cabeça na cerâmica. A pancada foi tão forte que rachou a cerâmica e muitos na hora do ocorrido pensaram que eu iria morrer.
Quase 4 meses depois, eu estava no quarto da minha mãe quando senti uma parte do meu corpo formigar e uma parte do meu rosto entortar. Coloquei meu joelho no chão, pedi a Deus, ajoelhado ao lado da cama de minha mãe, e adormeci por duas horas e meia. Quando acordei, não tinha mais nada em meu rosto ou em meu corpo. Mas depois dessa queda, passei a ter dificuldade em todos os meus aprendizados. Isso, no entanto, não me impediu de aprender. Fui me adaptando a todas essas dificuldades e, como sempre, me superando.
Durante esse tempo, tive uma aminésia parcial e uma alteração no formato da minha cabeça que só foi percebida quando cortei o cabelo, pois na época tinha cabelo grande. Eu treinava muito, e minha cabeça era dura. Eu quebrava blocos e tijolos na cabeça e meu couro cabeludo era grosso, talves por isso não chegou a estourar, mas criou uma espécie de coágulo de sangue que só voltou ao normal quando tive um corte acidental no couro cabeludo bem no lugar da alteração.
Essa é a minha história, na qual tentei fazer um resumo do resumo, em uma jornada de aprendizado constante e de busca pela justiça e pela honestidade. E assim continuo, sempre aprendendo, sempre crescendo. Acredito que a partir deste momento, você agora sabe um pouco mais sobre mim e espero também ter incentivado você a nunca mais desistir e seguir sempre adiante, porque a maré da mesma forma que ela sobe, também desce e quando desce, também sobe.